A força dos meus sonhos de adolescência me visita toda vez que o De La Soul lança um novo álbum. É como se uma fórmula do carinho que eu tenho por palavras, poesia, construção musical, tecnologia e presença, tudo junto, se manifestasse. Aos 12 anos, o rap sisudo usual não me animava. Minha relação com esse grupo, especificamente, me aproximou do design, abriu meu paladar musical e despertou uma busca menos conflituosa por identidade, junto com o skate, de forma muito digna. Minha paixão por ledges, guias, transições e flips me levou longe. A trilha das aventuras sempre foi essa loucura brilhante dos meninos Long Island. Run It Back, por exemplo, já me trava por conta do sample do The Police, um dos meus outros trios preferidos. Stewart Copeland foi o baterista que me fez pegar panelas e usar colheres como baquetas… Até que a minha mãe me matriculasse em aulas de música. É importante dizer que Supa Dave West, produtor dessa faixa, é baterista também. O que me aproxima da ideia de que estudantes do ritmo reconhecem bons bateristas para além do que cada gênero musical revela.

Um hip-hopper americano descreveu esse novo álbum da melhor maneira possível: Um abraço apertado do amigo que fazia tempo que você não encontrava. A intro do álbum, a checagem da lista de presença, as participações, os produtores, a perspicácia de Pos, Dave e Maseo, a escolha dos samples, os assuntos retratados… Que construção magnífica. "...É o boom para o bap, igual a cheia da paga que colocou Ra(kim) no mapa...". Que felicidade esse 2025 de De La Soul, The Clipse, Mobb Deep, Big L, Rae, Ghost + Nas & Premier chegando em breve.

Como gosto desse encontro das palavras, das batidas, das opiniões, da peculiaridade de cada um desses artistas — sempre com um lugar especial reservado para os meus professores, Pos, Dave (🕊️) e Maseo: Os Plugs de L.I. Começando pelo nome, Cabin In The Sky é maravilhoso. De La Soul é pra sempre!

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